Instituto Nacional de Meteorologia (Inemet) prevê 41 graus nesta segunda-feira; em casos extremos, sintomas podem levar à morte Nos próximos dias, o Rio estará entre as cidades com as maiores máximas, de acordo com as previsões dos principais serviços de meteorologia. Segundo o Alerta Rio, a temperatura máxima prevista para esta segunda-feira é de 42ºC na cidade do Rio. O Instituto Nacional de Meteorologia prevê 41ºC, com sensação térmica que pode passar dos 60 graus. Os órgãos recomendam evitar exposição nos horários de pico de calor, entre 10h e 16h: a exaustão térmica oferece vários riscos à saúde e pode causar morte.
Onda de calor: temperatura no Rio alcançará níveis superiores aos que o corpo suporta; sensação térmica pode alcançar 62,7 graus
Família no crime: irmão de Peixão, o traficante Sardinha, é um dos chefes de facção do Complexo de Israel, diz polícia
A insolação é o problema mais preocupante associado à exposição ao calor extremo. Essa condição, considerada grave, é decorrente da incapacidade do corpo em controlar a própria temperatura. Os sintomas incluem:
Elevação da temperatura corporal;
Pele vermelha, quente e seca;
Dor de cabeça;
Tontura;
Náusea;
Confusão mental;
E, em casos extremos, perda de consciência.
Os efeitos do calor extremo no corpo
Editoria de Arte
A exaustão pelo calor pode chegar a causar morte, explica a cardiologista e intensivista Stephanie Rizk, por conta da perda excessiva de sais e líquido.
— Os riscos associados ao calor extremo para a saúde são alarmantes e podem resultar em sérias consequências. Em situações onde as pessoas estão expostas a altas temperaturas, sobretudo em locais mal ventilados ou com grande concentração de pessoas, diversos problemas de saúde podem surgir — alerta a especialista em insuficiência cardíaca, transplante cardíaco e coração artificial da Rede D’Or, Hospital Sírio-Libanês e médica da Cardio-Oncologia do InCor/ICESP da Faculdade de Medicina da USP.
Dia de show de Taylor Swift teve recorde de mortes de idosos pelo calor: 151 casos, segundo pesquisa
Outro problema comum, segundo Rizk, é a desidratação, causada pela perda significativa de água e eletrólitos, o que é frequente em situações de calor intenso e suor excessivo.
— Sinais como sede extrema, boca seca, urina de cor escura, fadiga e tontura são indicativos dessa condição.
Além dos quadros causados especificamente pelo calor, as altas temperaturas agravam doenças pré-existentes. O calor pode impactar gravemente sete órgãos: cérebro, coração, intestinos, fígado, rins, pulmões e pâncreas.
Estudos feitos pelo grupo de Paulo Saldiva, professor titular do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), especialista no impacto do meio ambiente sobre a saúde, mostram que o calor eleva o risco de crises de epilepsia, por exemplo.
Pessoas com doenças cardiovasculares também correm maior risco. O aumento da temperatura corporal provoca vasodilatação, causando queda abrupta e intensa de pressão arterial. Além disso, exige que o coração bombeie sangue rapidamente. Entre os eventos prováveis que podem resultar da sobrecarga estão infarto e, em última instância, colapso cardíaco e morte.
Como se proteger do calor intenso
Reforçar a hidratação, manter a casa fresca e evitar se expor ao calor em lugares quentes e abafados são algumas das principais recomendações dos órgãos de saúde. Em casa, o ideal é abrir as janelas durante a noite, permitindo que o ar circule. Durante o dia, o ideal é fechar janelas que sejam expostas ao sol nas horas de pico (de 10h às 16h), para reduzir a carga de calor interna. Se a casa não estiver fresca, vale passar algumas horas por dia em locais com ar-condicionado, como shoppings e prédios públicos, ou locais arborizados e com sombra.
Para reduzir a temperatura corporal, os banhos frios, compressas geladas e a ingestão de líquidos ajudam — álcool e cafeína devem ser evitados, já que favorecem a desidratação. Veja outras dicas:
Aumente a ingestão de água ou de sucos de frutas naturais, sem adição de açúcar, mesmo sem ter sede;
Consuma alimentos leves como frutas e saladas;
Utilize roupas leves e frescas;
Evite bebidas alcoólicas e com elevado teor de açúcar;
Evite a exposição direta ao sol, em especial, de 10h às 16h;
Informe-se sobre os níveis de calor na cidade do Rio de Janeiro por meio das redes sociais e sites do Centro de Operações Rio e da Secretaria Municipal de Saúde;
Em caso de baixa umidade, use soro nos olhos e nariz para evitar o ressecamento;
Use protetor solar; a exposição ao sol sem a proteção adequada contra os raios ultravioleta deixa a pele vermelha, sensível e com bolhas;
Proteja as crianças com chapéu de abas;
Não queime lixo e mato;
Em caso de mal-estar, tontura ou demais sintomas provocados em decorrência do estresse térmico, procure uma unidade municipal de saúde.
Causa de morte
Numa sequência de três dias em que o Rio sofreu com temperaturas elevadíssimas em novembro 2023, foi registrado o recorde de mortes de idosos pelo calor na cidade: 151 óbitos. Exatamente naquele período ocorreram shows da cantora americana Taylor Swift.
Uma pesquisa realizada pela Secretaria municipal de Saúde constatou a relação entre calor excessivo e aumento na mortalidade, especialmente de idosos com doenças como diabetes, hipertensão, insuficiência renal, Alzheimer e infecções do trato urinário, de 2012 a junho do ano passado.
Em casos extremos, o risco pode dobrar. Essas informações foram cruzadas com temperaturas registradas dia a dia por órgãos como o Alerta Rio, da prefeitura, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e a Rede de Meteorologia do Comando da Aeronáutica (Redemet). Do total, foram destacados 390 mil óbitos relacionados a 17 causas recorrentes selecionadas para a pesquisa. Em 12 delas, foi constatado aumento de incidência e, portanto, de risco, em casos de exposição a temperaturas elevadas.
Calor no Rio
Os 41 graus de máxima previstos pelo Inmet para esta segunda-feira, com até 80% de umidade, podem significar uma intolerável sensação térmica de 62,7 graus, se a máxima coincidir com 60% de umidade. Mas nem precisa tanto: 39 graus com 50% são suficientes para se chegar a 51,6 graus de sensação térmica.
Segundo especialistas, muito antes disso qualquer pessoa sente mal-estar. A tolerância ao calor varia de um indivíduo para outro. Mas o risco, independentemente da idade e da boa saúde, começa quando a temperatura do ar supera a do corpo humano, de 36,5 graus, ensina Fábio Gonçalves, professor de biometeorologia da Universidade de São Paulo (USP).
Acima de sua própria temperatura, o corpo precisa trabalhar mais para se manter em equilíbrio. Com a temperatura igual ou superior a 37 graus com mais de 70% de umidade do ar, qualquer pessoa pode ter problemas de saúde, diz Gonçalves.
É prevista também umidade alta, o que amplifica o desconforto térmico porque o suor não evapora levando o calor que o corpo tenta expelir embora. Porém, não há previsão de chuva capaz de fazer o termômetro baixar um pouco. Seluchi diz que os modelos descartam a chance de frentes frias ou uma Zona de Convergência do Atlântico Sul nos próximos dez dias.
O município do Rio está no nível de calor 3 (NC3) desde a última segunda-feira (dia 10). O nível de calor 3 caracteriza-se quando há registro de índices de calor alto (36 a 40 graus) com previsão de permanência ou aumento por, ao menos, três dias consecutivos. A cidade segue sem previsão de chuva. Os ventos estarão predominantemente moderados. A umidade relativa do ar poderá apresentar valores entre 21% e 30% no período da tarde.
Onda de calor: temperatura no Rio alcançará níveis superiores aos que o corpo suporta; sensação térmica pode alcançar 62,7 graus
Família no crime: irmão de Peixão, o traficante Sardinha, é um dos chefes de facção do Complexo de Israel, diz polícia
A insolação é o problema mais preocupante associado à exposição ao calor extremo. Essa condição, considerada grave, é decorrente da incapacidade do corpo em controlar a própria temperatura. Os sintomas incluem:
Elevação da temperatura corporal;
Pele vermelha, quente e seca;
Dor de cabeça;
Tontura;
Náusea;
Confusão mental;
E, em casos extremos, perda de consciência.
Os efeitos do calor extremo no corpo
Editoria de Arte
A exaustão pelo calor pode chegar a causar morte, explica a cardiologista e intensivista Stephanie Rizk, por conta da perda excessiva de sais e líquido.
— Os riscos associados ao calor extremo para a saúde são alarmantes e podem resultar em sérias consequências. Em situações onde as pessoas estão expostas a altas temperaturas, sobretudo em locais mal ventilados ou com grande concentração de pessoas, diversos problemas de saúde podem surgir — alerta a especialista em insuficiência cardíaca, transplante cardíaco e coração artificial da Rede D’Or, Hospital Sírio-Libanês e médica da Cardio-Oncologia do InCor/ICESP da Faculdade de Medicina da USP.
Dia de show de Taylor Swift teve recorde de mortes de idosos pelo calor: 151 casos, segundo pesquisa
Outro problema comum, segundo Rizk, é a desidratação, causada pela perda significativa de água e eletrólitos, o que é frequente em situações de calor intenso e suor excessivo.
— Sinais como sede extrema, boca seca, urina de cor escura, fadiga e tontura são indicativos dessa condição.
Além dos quadros causados especificamente pelo calor, as altas temperaturas agravam doenças pré-existentes. O calor pode impactar gravemente sete órgãos: cérebro, coração, intestinos, fígado, rins, pulmões e pâncreas.
Estudos feitos pelo grupo de Paulo Saldiva, professor titular do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), especialista no impacto do meio ambiente sobre a saúde, mostram que o calor eleva o risco de crises de epilepsia, por exemplo.
Pessoas com doenças cardiovasculares também correm maior risco. O aumento da temperatura corporal provoca vasodilatação, causando queda abrupta e intensa de pressão arterial. Além disso, exige que o coração bombeie sangue rapidamente. Entre os eventos prováveis que podem resultar da sobrecarga estão infarto e, em última instância, colapso cardíaco e morte.
Como se proteger do calor intenso
Reforçar a hidratação, manter a casa fresca e evitar se expor ao calor em lugares quentes e abafados são algumas das principais recomendações dos órgãos de saúde. Em casa, o ideal é abrir as janelas durante a noite, permitindo que o ar circule. Durante o dia, o ideal é fechar janelas que sejam expostas ao sol nas horas de pico (de 10h às 16h), para reduzir a carga de calor interna. Se a casa não estiver fresca, vale passar algumas horas por dia em locais com ar-condicionado, como shoppings e prédios públicos, ou locais arborizados e com sombra.
Para reduzir a temperatura corporal, os banhos frios, compressas geladas e a ingestão de líquidos ajudam — álcool e cafeína devem ser evitados, já que favorecem a desidratação. Veja outras dicas:
Aumente a ingestão de água ou de sucos de frutas naturais, sem adição de açúcar, mesmo sem ter sede;
Consuma alimentos leves como frutas e saladas;
Utilize roupas leves e frescas;
Evite bebidas alcoólicas e com elevado teor de açúcar;
Evite a exposição direta ao sol, em especial, de 10h às 16h;
Informe-se sobre os níveis de calor na cidade do Rio de Janeiro por meio das redes sociais e sites do Centro de Operações Rio e da Secretaria Municipal de Saúde;
Em caso de baixa umidade, use soro nos olhos e nariz para evitar o ressecamento;
Use protetor solar; a exposição ao sol sem a proteção adequada contra os raios ultravioleta deixa a pele vermelha, sensível e com bolhas;
Proteja as crianças com chapéu de abas;
Não queime lixo e mato;
Em caso de mal-estar, tontura ou demais sintomas provocados em decorrência do estresse térmico, procure uma unidade municipal de saúde.
Causa de morte
Numa sequência de três dias em que o Rio sofreu com temperaturas elevadíssimas em novembro 2023, foi registrado o recorde de mortes de idosos pelo calor na cidade: 151 óbitos. Exatamente naquele período ocorreram shows da cantora americana Taylor Swift.
Uma pesquisa realizada pela Secretaria municipal de Saúde constatou a relação entre calor excessivo e aumento na mortalidade, especialmente de idosos com doenças como diabetes, hipertensão, insuficiência renal, Alzheimer e infecções do trato urinário, de 2012 a junho do ano passado.
Em casos extremos, o risco pode dobrar. Essas informações foram cruzadas com temperaturas registradas dia a dia por órgãos como o Alerta Rio, da prefeitura, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e a Rede de Meteorologia do Comando da Aeronáutica (Redemet). Do total, foram destacados 390 mil óbitos relacionados a 17 causas recorrentes selecionadas para a pesquisa. Em 12 delas, foi constatado aumento de incidência e, portanto, de risco, em casos de exposição a temperaturas elevadas.
Calor no Rio
Os 41 graus de máxima previstos pelo Inmet para esta segunda-feira, com até 80% de umidade, podem significar uma intolerável sensação térmica de 62,7 graus, se a máxima coincidir com 60% de umidade. Mas nem precisa tanto: 39 graus com 50% são suficientes para se chegar a 51,6 graus de sensação térmica.
Segundo especialistas, muito antes disso qualquer pessoa sente mal-estar. A tolerância ao calor varia de um indivíduo para outro. Mas o risco, independentemente da idade e da boa saúde, começa quando a temperatura do ar supera a do corpo humano, de 36,5 graus, ensina Fábio Gonçalves, professor de biometeorologia da Universidade de São Paulo (USP).
Acima de sua própria temperatura, o corpo precisa trabalhar mais para se manter em equilíbrio. Com a temperatura igual ou superior a 37 graus com mais de 70% de umidade do ar, qualquer pessoa pode ter problemas de saúde, diz Gonçalves.
É prevista também umidade alta, o que amplifica o desconforto térmico porque o suor não evapora levando o calor que o corpo tenta expelir embora. Porém, não há previsão de chuva capaz de fazer o termômetro baixar um pouco. Seluchi diz que os modelos descartam a chance de frentes frias ou uma Zona de Convergência do Atlântico Sul nos próximos dez dias.
O município do Rio está no nível de calor 3 (NC3) desde a última segunda-feira (dia 10). O nível de calor 3 caracteriza-se quando há registro de índices de calor alto (36 a 40 graus) com previsão de permanência ou aumento por, ao menos, três dias consecutivos. A cidade segue sem previsão de chuva. Os ventos estarão predominantemente moderados. A umidade relativa do ar poderá apresentar valores entre 21% e 30% no período da tarde.
Qual a sua reação?